Avanço tecnológico no setor de petróleo: monitoramento de reservatórios com 500 km de cabos submarinos em projeto liderado pela Geospace e Petrobras
A Geospace Technologies Corporation assinou, em 16 de junho de 2025, um contrato com a Petrobras para fornecer um moderno sistema de monitoramento permanente de reservatórios. Este projeto será implementado nos campos Mero 3 e 4, situados na Bacia de Santos, a aproximadamente 180 km da costa do Rio de Janeiro. O contrato contempla a venda e instalação de aproximadamente 500 km de equipamentos submarinos, cobrindo uma expressiva área de 140 km² no leito marinho. Portanto, esta iniciativa marca um passo significativo no avanço tecnológico do setor de petróleo e gás brasileiro.
Projeto contempla engenharia, aquisição e operação de tecnologia de ponta
O contrato assinado entre as partes inclui diversas etapas, como: Engenharia detalhada do sistema; Aquisição dos equipamentos necessários; Construção e instalação dos cabos submarinos; Operação contínua do sistema de monitoramento. Além disso, toda a instalação será conduzida pela Blue Marine Telecom, empresa brasileira reconhecida por sua especialização em soluções submarinas avançadas.
OptoSeis: tecnologia de monitoramento que revoluciona o setor
Para este projeto, será utilizada a tecnologia OptoSeis, desenvolvida pela própria Geospace. Esta tecnologia já demonstrou resultados expressivos no campo de Jubarte, o primeiro projeto de Monitoramento Permanente de Reservatórios (PRM) em águas profundas no mundo. Vale ressaltar que, na ocasião, os resultados em 4D proporcionaram modelos mais precisos dos reservatórios. Além disso, essas informações contribuíram para a tomada de decisões mais assertivas em operações de perfuração.
Assessoria jurídica especializada apoia a operação
Além dos aspectos técnicos, a operação contou com forte suporte jurídico. O escritório Murayama, Affonso Ferreira e Mota Advogados foi responsável por assessorar juridicamente a operação desde o início. De fato, a equipe atuou em: Análise do edital de licitação; Elaboração das minutas contratuais para a operação conjunta com a Blue Marine Telecom; Negociações complexas entre as partes envolvidas. Conforme destaca Julia Mota, sócia do escritório, “o caso demonstra que uma das estratégias mais eficazes para empresas estrangeiras ingressarem no mercado brasileiro de petróleo e gás é estabelecer parcerias com empresas locais”.
Importância das parcerias locais no sucesso de operações internacionais
Ainda segundo Julia Mota, parcerias como essa promovem: Inovação tecnológica; Crescimento conjunto; Fortalecimento da competitividade no setor. Contudo, ela ressalta que o sucesso dessas alianças depende, sobretudo, de: Compreensão das particularidades culturais e linguísticas; Atenção às diferenças jurídicas; Adaptação às práticas de negociação locais.
Diferenças culturais e jurídicas: fator determinante nas negociações
Julia Mota enfatiza que o Brasil adota um estilo negocial próprio, no qual relacionamentos interpessoais possuem grande peso. “Confiança, empatia e flexibilidade são centrais nas negociações. Muitas vezes, uma conversa informal ou um café têm tanto peso quanto um contrato formal”, afirma ela. Por outro lado, em mercados como o dos Estados Unidos, o estilo tende a ser: Mais pragmático; Focado em resultados objetivos; Baseado em negociações diretas. Reconhecer essas diferenças, portanto, é fundamental para evitar mal-entendidos e promover o sucesso de projetos internacionais.
Aspectos jurídicos cruciais para operações binacionais
Além disso, Julia Mota destaca que o contexto jurídico de operações como esta é bastante complexo, pois envolve: Dois sistemas distintos: no Brasil, o modelo romano-germânico; nos Estados Unidos, o common law. Impactos diretos em: Cláusulas contratuais; Resolução de disputas; Propriedade intelectual; Cláusulas de não concorrência; Tributação internacional.
Expertise local e tecnologia de ponta: combinação estratégica para o sucesso
Finalmente, para Julia Mota, o êxito desta operação resulta da combinação de expertises: “Empresas brasileiras são parceiras estratégicas, pois dominam a regulação, os tributos, a legislação trabalhista e a infraestrutura local”, destaca. Além disso, a tecnologia avançada da Geospace, aliada ao profundo conhecimento da Blue Marine Telecom sobre o mercado brasileiro, foi determinante para o sucesso da proposta.
(Publicado em 20/06/2025)