OPEP afirma importância da Margem

Não são apenas as vozes sensatas dentro do Brasil que estão afirmando com firmeza sobre a necessidade de explorar o potencial petrolífero da Margem Equatorial. Desta vez, a constatação do óbvio veio de fora. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) afirmou em um novo relatório que a exploração da Margem Equatorial, que se estende do extremo norte do estado do Amapá até o litoral do Rio Grande do Norte, pode desempenhar “um papel central no futuro energético do Brasil” e consolidar o país como “um dos principais polos de exploração offshore do mundo“.

A OPEP lembra que com o declínio natural da produção nas bacias tradicionais, como Santos e Campos, a Margem Equatorial poderá se tornar uma fonte vital para manter os níveis de produção a partir da década de 2030. Além disso, de acordo com a entidade, a monetização desses recursos poderá contribuir para a geração de empregos e renda, impulsionando a economia, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. A OPEP disse também que devido à localização estratégica dessas bacias sedimentares ao longo do litoral norte do Brasil, a exploração poderá estimular investimentos em infraestrutura e fortalecer o setor energético em áreas distantes dos atuais polos produtores, ajudando a reduzir desigualdades regionais. Ouviu isso, ministra Marina Silva?

Marina Silva precisa ler o relatório da OPEP e refletir sobre a importância de liberar a licença ambiental da Petrobrás na Foz do Amazonas

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A Margem Equatorial é a mais promissora fronteira offshore do Brasil para a exploração de petróleo e gás. Estendendo-se por mais de 2.200 quilômetros, a região abrange cinco bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Seu potencial em reservas tem atraído crescente interesse, impulsionado por grandes descobertas em áreas geologicamente semelhantes na Guiana e no Suriname. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que a Margem Equatorial pode conter aproximadamente 30 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

Estudos indicam que a produção na região poderá adicionar 1,1 milhão de barris por dia (mb/d) ao suprimento nacional a partir de 2029, desempenhando um papel estratégico na reposição das reservas brasileiras e garantindo a sustentabilidade da produção no longo prazo”, detalha a OPEP em seu relatório World Oil Outlook (WOO 2025).

A organização relembra que as primeiras operações de perfuração na Margem Equatorial ocorreram na década de 1970, mas não resultaram em descobertas comerciais de grande escala. Até hoje, a maior parte das atividades exploratórias foi realizada em águas rasas, embora haja uma expectativa crescente de reservas significativas em águas profundas. Os poços exploratórios mais recentes foram perfurados entre 2010 e 2015, distribuídos pelas bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

A gigantesca Margem Equatorial  e os bilhões de barris de petróleo à espera de virarem riqueza

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O interesse renovado pela região se reflete nos investimentos planejados pela Petrobras. De acordo com seu Plano Estratégico 2025–2029, a companhia pretende destinar US$ 3 bilhões e perfurar 15 novos poços nos próximos cinco anos. A Petrobras já perfurou mais de 700 poços na Margem Equatorial e planeja perfurar 42 novos poços exploratórios entre 2023 e 2027, dos quais 16 serão especificamente na Margem Equatorial“, destacou a OPEP.

Por fim, o relatório apontou que a Petrobrás pretende iniciar a perfuração de novos poços na Margem Equatorial em 2026, começando pelas bacias da Foz do Amazonas e Pará-Maranhão. O primeiro poço será perfurado a mais de 160 km da costa e a 500 km da foz do Rio Amazonas, com profundidade de 2.880 metros. Contudo, a OPEP reconheceu que apesar do grande potencial da região, a exploração na Margem Equatorial enfrenta desafios técnicos e ambientais. “A área exige investimentos substanciais em tecnologia e segurança operacional, além de garantir a sustentabilidade ambiental para minimizar possíveis impactos. O desenvolvimento de infraestrutura para transporte e refino também será um fator crucial para a viabilidade comercial da produção“, ponderou. “Se bem-sucedida, a Margem Equatorial poderá consolidar o Brasil como um dos principais polos de exploração offshore do mundo, garantindo segurança energética, diversificação da oferta e criação de novas oportunidades econômicas nas próximas décadas“, concluiu a entidade.

plataformaO relatório World Oil Outlook foi lançado durante o 9º Seminário Internacional da OPEP, em Viena, na Áustria. O documento destaca que o mundo demandará mais energia nas próximas décadas, com um aumento estimado de 23% na demanda global de energia até 2050. A demanda global por petróleo deverá continuar crescendo de forma robusta, alcançando quase 123 milhões de barris por dia (mb/d) até 2050. O secretário-geral da Opep, HE Haitham Al Ghais, afirmou que o mundo precisará de mais energia nas próximas décadas e que “para que ela esteja disponível de forma segura, estável e realista, o mundo continuará precisando de todas as fontes energéticas”.

Al Ghais também enfatizou que o futuro exige o uso de todas as energias disponíveis. “Também é um futuro em que precisamos abraçar todas as tecnologias, impulsionar a inovação e a eficiência, e garantir que todos os povos sejam considerados, especialmente porque o crescimento futuro da energia será impulsionado pelo mundo em desenvolvimento fora da OCDE”.

Fonte: OPEP AFIRMA QUE PRODUÇÃO NA MARGEM EQUATORIAL PODERÁ TER PAPEL CENTRAL NO BRASIL E CONSOLIDAR PAÍS COMO POLO OFFSHORE MUNDIAL | Petronotícias

(Publicado em 11/07/2025)