Ceará entrega primeira licença….

A australiana Fortescue recebeu, nesta sexta (10/11), a primeira licença prévia do hub de hidrogênio verde do Porto do Pecém, no Ceará.

Na semana passada, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) aprovou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela multinacional para a planta de 2.100 MW que será instalada no porto-indústria.

A entrega do documento é um passo importante para o avanço do projeto. Agora, a companhia pode seguir com a solicitação das licenças de instalação (LI) e de operação (LO).

De olho na demanda internacional por energia e produtos descarbonizados, Ceará e Pecém estão em uma jornada para atrair investimentos na produção de hidrogênio e amônia verde na região.

O hub já conta com 34 memorandos de entendimento com empresas nacionais e internacionais e quatro pré-contratos assinados. O governo estadual estima que os investimentos possam superar R$ 145 bilhões.

Só o projeto da Fortescue é estimado em R$ 24,5 bilhões (US$ 5 bilhões).

ZPE

Também nesta sexta, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), assinou um projeto de lei que permite a renovação da cessão do uso dos terrenos do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) a serem utilizados na implantação do projeto da Fortescue, ampliando para 40 anos, com possibilidade de renovação por igual período.

“Nós temos trabalhado, há um bom tempo, para garantirmos que o Ceará se transforme em um polo mundial de produção de hidrogênio verde. E hoje, nós apresentamos o esforço do Estado para que esses projetos possam se concretizar”, comentou o governador Elmano de Freitas.

Pronto para competir com óleo e gás

Com uma das matrizes elétricas mais renováveis do planeta, o Brasil tem condições de produzir e fornecer hidrogênio a partir da eletrólise (verde) a um custo competitivo com petróleo e gás natural, avalia o presidente global da Fortescue, Andrew Forrest.

O executivo da companhia australiana esteve em Brasília (DF), na quinta (9/11) para um encontro com o presidente Lula (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

“Espera-se que nós possamos competir imediatamente com o óleo e o gás, o que é justo, porque o custo de vida é muito importante. Mas também vamos lembrar a história. A indústria de óleo e gás começou cerca de 200 anos atrás e consumiu bilhões de dólares de subsídios. Hoje, o barril de petróleo custa menos de US$ 100, mas começou a US$ 1.600”.

Forrest observa, no entanto, que o caso do hidrogênio é diferente. Como a eletricidade representa a maior parte dos custos de produção do H2, a oferta de solar e eólica a preços baixos dá ao Brasil condições de competir com a indústria fóssil desde o começo.

Além disso, o executivo acredita que o mercado será a principal influência sobre o preço e o tipo de hidrogênio que será consumido.

“Há as economias que demandam o hidrogênio verde.Coreia do Sul, Alemanha, Japão, a maior parte da Europa, América do Norte. Há demanda, só precisa de alguém para fazer”, disse à agência epbr.

Questionado sobre a necessidade de subsídios, Forrest disse que o governo pode ajudar de outras maneiras, como apoio à infraestrutura, entendendo que a indústria do hidrogênio pode ser um multiplicador na economia.

E classificou a inclusão do hidrogênio verde na reforma tributária como um sinal positivo para os investimentos.

“Não precisamos de subsídios [diretos], mas é preciso infraestrutura disponível para que essa indústria avance”.

 

Fonte: Ceará entrega primeira licença ambiental a empresa de hidrogênio verde (epbr.com.br)

(Publicado em 10/11/2023)