Com capacidade para processar 225 mil barris de óleo por dia, o FPSO Almirante Tamandaré iniciou suas operações em fevereiro de 2025, consolidando-se como a maior plataforma de petróleo no Brasil.
No início de 2025, a indústria de energia do Brasil alcançou um novo marco. Entrou em operação o FPSO Almirante Tamandaré, a maior plataforma de petróleo no Brasil em capacidade de produção. A unidade, que opera no estratégico campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, não é apenas um colosso de engenharia, mas também um pilar para a estratégia do país de se consolidar como uma potência energética global.
A história da plataforma, desde sua construção na China até o início de sua produção, é um exemplo da complexa logística e da tecnologia de ponta necessárias para extrair o “ouro negro” das águas ultraprofundas da costa brasileira.
O que é o FPSO Almirante Tamandaré? Os números da nova maior plataforma de petróleo no Brasil
O FPSO Almirante Tamandaré é uma Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. Em termos simples, é um navio-plataforma projetado para operar em alto-mar. Seus números confirmam seu status de maior do país:
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- Capacidade de Óleo: Pode processar até 225.000 barris de petróleo por dia.
- Capacidade de Gás: Processa até 12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
A plataforma está ancorada a cerca de 180 km da costa do Rio de Janeiro, em uma profundidade de quase 2.000 metros, e está conectada a uma rede de 15 poços submarinos no Campo de Búzios.
A engenharia do negócio: um projeto da SBM Offshore afretado pela Petrobras
Uma curiosidade sobre a maior plataforma de petróleo no Brasil é que ela não pertence à Petrobras. A unidade é de propriedade de um consórcio liderado pela empresa holandesa SBM Offshore, uma das maiores do mundo no setor.
A Petrobras, como operadora do campo, utiliza a plataforma através de um contrato de afretamento (aluguel) de longo prazo, com duração de 26,25 anos. Este modelo de negócio é comum na indústria e permite que a Petrobras foque seus investimentos na exploração e produção, enquanto a SBM Offshore, que financiou a construção com um empréstimo de US$ 1,63 bilhão, cuida da operação da plataforma.
A jornada da China ao Brasil: a cronologia da construção e instalação
A construção de um gigante como o Almirante Tamandaré é uma operação global. A plataforma foi construída no estaleiro chinês China Merchants Heavy Industry (CMHI).
Sua jornada para o Brasil começou em 31 de julho de 2024. Após uma longa viagem transoceânica, a plataforma chegou à costa do Espírito Santo em 25 de outubro de 2024 para os procedimentos de alfândega. A complexa operação de ancoragem no Campo de Búzios foi finalizada em 13 de dezembro de 2024.
A largada em 2025: o primeiro óleo e o início da operação
Com a plataforma instalada, a etapa final foi a obtenção das licenças regulatórias. O Ibama concedeu a Licença de Operação em dezembro de 2024. A autorização final da Agência Nacional do Petróleo (ANP) veio em 14 de fevereiro de 2025.
Apenas um dia depois, em 15 de fevereiro de 2025, a Petrobras anunciou o “primeiro óleo”, marcando o início oficial da produção da maior plataforma de petróleo no Brasil.
Mais que tamanho: a tecnologia de ponta e o foco em sustentabilidade
O FPSO Almirante Tamandaré não se destaca apenas pela escala, mas também pela tecnologia. O projeto foi baseado no conceito Fast4Ward® da SBM, que usa um casco padronizado para acelerar a construção e reduzir custos.
Além disso, a plataforma foi projetada com um forte foco em sustentabilidade. Ela possui um sistema de flare fechado, que aproveita o gás em vez de queimá-lo, e tecnologias para recuperar calor, o que reduz as emissões de carbono. Por esses motivos, o Almirante Tamandaré foi a primeira plataforma no Brasil a receber a certificação “Sustainability-1 Notation” do Bureau Veritas, um reconhecimento de seu design ambientalmente avançado.
(Publicado em 30/06/2025)