A brasileira Orion-E Sustainable Energy, presidida pelo executivo José Edivaldo Corrêa (foto), firmou uma parceria com a multinacional BYD para dar um grande impulso a um projeto de geração distribuída no Brasil. O chamado “Projeto 3 Marias” constrói usinas solares e oferece essa energia para residências e varejo. Além disso, trabalha ainda em conjunto com a agricultura familiar, arrendando terras de pequenos produtores rurais em 22 estados do Brasil, para a produção de energia solar na modalidade de microgeração -75 KW. Neste primeiro de 50 contratos, serão 1.000 usinas de 100 KWp cada uma, somando a marca de 100 MWp em um período de dois anos.
A BYD ficará responsável pela Engenharia, Aquisição e Construção (EPC) das plantas, enquanto a Orion-E fará a distribuição da energia através da locação das usinas ao cliente final. As duas empresas assinaram um memorando de entendimento, prevendo um investimento inicial de mais de R$ 400 milhões.
“Além de módulos fotovoltaicos e inversores, a BYD fornecerá uma solução completa, levando a marca de um fabricante presente no Brasil, algo sem precedentes na história do mercado de geração distribuída”, explicou o diretor de Vendas da BYD Energy do Brasil, Marcelo Taborda (foto à direita). “Para se ter ideia, o número de 100MWp é muito expressivo. Em se falando de geração distribuída, como comparação, o primeiro grande projeto de usina centralizada da BYD no Brasil (Projeto Floresta) foi de 102 MWp, ou seja, estamos falando de uma usina centralizada com mais de 185.000 módulos fotovoltaicos”, acrescentou.
Atualmente, a Orion-E dispõe de 67 conexões entre os estados de Minas Gerais e Bahia. O objetivo é expandir esse número e construir 50 mil mini usinas em 60 meses em diferentes regiões do Brasil.
“A energia renovável incluindo a solar no Brasil, chegou tardiamente, mas de forma correta. Se olharmos com atenção para as oportunidades que a Lei 14.300 traz ao setor, é evidente que 2023 tem todo o potencial de ser o ano da energia renovável. Com segurança jurídica e auditoria comprovada para as boas práticas. Os projetos de geração e distribuição da Orion-E seguem acelerados, oferecendo energia acessível mesmo com as novas regras do mercado”, declarou o diretor de operações da Orion-E, Marco Aurélio.
De acordo com a Orion-E, o Projeto 3 Marias tem potencial de alcançar parte dos quase 4 milhões de produtores rurais inscritos na agricultura familiar, espalhados por todo o território brasileiro. A parceria eleva a renda destas famílias em até 40%. No caso dos agricultores, as usinas solares são instaladas em terrenos de até 2 hectares, sem danos às atividades desses produtores. São contratos de 30 anos e, após esse período, as usinas são recicladas pela empresa Beta-O, que faz parte do grupo Orion-E.
Além do contrato com a BYD, a Orion-E também tem uma parceria semelhante com a brasileira WEG em outro projeto solar, o Rigel 600, no qual a companhia tem a meta de chegar a 1 gigawatt (GW) de potência nos próximos dois anos. Em dezembro do ano passado, a Orion-E lançou um fundo de investimento em participação (FIP) de mais de R$ 1 bilhão no mercado. A meta é captar cerca de R$ 4.3 bilhões para a execução da primeira fase do projeto.