Petrobras e Modec se destacam com unidades de alta eficiência na utilização de gás associado, impulsionando metas ambientais da indústria offshore brasileira
O setor de petróleo e gás brasileiro dá um passo decisivo rumo à produção mais limpa com a divulgação do ranking das plataformas mais sustentáveis do país. A liderança ficou com o FPSO Cidade de Itaguaí MV-26, operado pela MODEC no campo de Tupi (Lula), que alcançou o mais alto desempenho ambiental entre as 20 unidades de maior produção no Brasil em 2024.
Com um Índice de Utilização de Gás Associado (IUGA) de 99,56% e uma média diária de queima de apenas 29,6 mil metros cúbicos, a unidade estabeleceu um novo patamar de eficiência operacional. A plataforma atua em consórcio operado pela Petrobras (65%), ao lado da Shell (25%) e da Petrogal Brasil (10%).
Desde 2021, a Petrobras adotou como métrica estratégica o IGEE — Intensidade de Emissão de Gases de Efeito Estufa — como um dos principais indicadores atrelados à remuneração variável de seus funcionários, reforçando o compromisso com a redução de emissões nas operações.
Plataformas do pré-sal respondem à exigência ambiental com soluções de ponta
A busca por excelência ambiental levou ao avanço tecnológico das unidades de produção. Novas plataformas são projetadas com foco em descarbonização, utilizando soluções como:
- FGRU (Unidade de Recuperação de Gás do Flare), eliminando queima de rotina;
- HC Blanketing, que evita emissões dos tanques de carga;
- CCUS, com captura e reinjeção de CO₂;
- E turbinas a vapor com ciclo combinado, para ganhos energéticos consistentes.
Esse movimento reflete a maturidade do setor offshore brasileiro, que equilibra metas de produção com responsabilidade climática.
Petrobras consolida liderança com presença dupla no pódio
Em segundo lugar no ranking ficou o FPSO P-70, com IUGA de 99,12% e queima média de 47,9 mil m³/dia, operando no campo de Atapu, sob liderança da Petrobras com 89,25% de participação, em consórcio com Shell, TotalEnergies, Petrogal e a estatal PPSA.
A terceira colocação ficou com o FPSO P-71, localizado no campo de Itapu, operado exclusivamente pela Petrobras. A unidade registrou um IUGA de 99,01%, com queima média de 19,5 mil m³/dia, reforçando o protagonismo da estatal em práticas sustentáveis no pré-sal.
Critério técnico priorizou eficiência proporcional ao gás processado
O índice IUGA foi adotado como parâmetro principal para o ranking por representar de forma mais justa o desempenho operacional. Plataformas que operam com a planta de gás em plena carga enfrentam desafios maiores para evitar queima. Por exemplo, duas unidades que queimam 30 mil m³/dia podem ter desempenhos distintos se uma estiver operando com capacidade de 3 milhões de m³/dia e outra com 6 milhões — a segunda demonstrará maior eficiência proporcional.
Dessa forma, a análise respeita a complexidade das operações e valoriza as unidades que operam no limite técnico com alta performance ambiental.
Compromisso com metas de carbono neutralidade exige esforço contínuo
A conquista das primeiras colocações no ranking de sustentabilidade reforça o alinhamento da Petrobras e de seus parceiros com as metas globais de redução de carbono. A evolução tecnológica das unidades, aliada a políticas internas rigorosas, posiciona o Brasil como referência em exploração offshore de baixa emissão.
Contudo, manter esse padrão exige investimento contínuo em inovação, controle operacional e gestão ambiental. A expectativa é de que os próximos FPSOs entrem em operação já adaptados a exigências ainda mais restritivas, consolidando um novo modelo de produção sustentável.
Fontes:
- (1) Relatório Técnico Petrobras – Métrica IGEE
- (2) Ranking 2024 das 20 maiores plataformas produtoras de petróleo – ANP
- (3) Endossado por Vitor de Paula – O&G Communicator
Você acredita que as metas de descarbonização adotadas pela Petrobras podem influenciar toda a cadeia de suprimentos da indústria offshore brasileira?
Fonte: Ranking revela os FPSOs mais sustentáveis do Brasil em 2024. Petrobras e Modec lideram
(Publicado em 15/04/2025)