Plataforma operada pela Modec no campo de Tupi alcança IUGA de 99,56% e se destaca por reduzir drasticamente a queima de gás na produção de petróleo
A busca por operações mais limpas no setor de petróleo e gás já não é mais uma tendência, mas uma exigência. E o Brasil acaba de divulgar o ranking oficial com os FPSO mais verdes do Brasil em 2024, avaliando as 20 plataformas com maior produção de óleo no país. No topo da lista está o FPSO Cidade de Itaguaí (MV-26), com um impressionante IUGA (Índice de Utilização de Gás Associado) de 99,56%, consolidando-se como referência em eficiência e sustentabilidade no setor offshore.
A unidade, operada pela Modec em parceria com Petrobras (65%), Shell (25%) e Petrogal (10%), atua no campo de Tupi (antigo Lula) e teve média de queima de apenas 29,6 mil m³ de gás natural por dia — um marco técnico relevante para uma planta desse porte.
O que é IUGA e por que ele é tão importante?
O IUGA é a principal métrica adotada hoje pela Petrobras para avaliar o desempenho ambiental das plataformas de produção. Ele representa a eficiência no aproveitamento do gás natural produzido junto com o petróleo. Quanto maior o índice, menor é a queima de gás no flare, resultando em menores emissões de gases do efeito estufa e menos desperdício de um recurso energético valioso.
Plataformas modernas incorporam tecnologias como:
- FGRU (Unidade de Recuperação de Gás de Flare)
- HC Blanketing (controle de emissão de vapores dos tanques)
- CCUS (captura e reinjeção de CO₂)
- Geração elétrica eficiente com turbinas e ciclo combinado
Quem são os destaques entre os FPSO mais verdes do Brasil

Logo atrás do FPSO Cidade de Itaguaí (MV-26), aparece o FPSO P-70, da Petrobras, com IUGA de 99,12% e queima média de 47,9 mil m³/dia, operando no campo de Atapu. A unidade é 89,25% Petrobras e conta com participação de Shell, TotalEnergies, Petrogal e PPSA.
Na terceira posição está o FPSO P-71, também da Petrobras, com IUGA de 99,01% e uma queima ainda menor: 19,5 mil m³/dia. Um diferencial relevante é que essa unidade opera sem parceiros, sendo 100% Petrobras no campo de Itapu — um raro caso no pré-sal brasileiro.
O caminho da descarbonização offshore já começou
A Petrobras e suas parceiras vêm adotando desde 2021 o IGEE (Intensidade de Emissão de Gases de Efeito Estufa) como uma das métricas-chave da companhia. O desempenho ambiental agora influencia diretamente a remuneração variável dos colaboradores e orienta o investimento em novas tecnologias.
A tendência para os próximos anos é clara: FPSOs mais eficientes, com menor pegada de carbono e mais inovação embarcada. A indústria offshore brasileira está, cada vez mais, alinhada com metas globais de sustentabilidade e redução de emissões.
(Publicado em 15/04/2025)